domingo, 10 de abril de 2011

Caso Realengo. Em defesa da Educação, da Escola e dos Professores

Publicamos a seguir, carta da Professora de Letras da Unieuro de Brasília,  Ruth Ester Poitevin, sobre o caso Realengo e as repercussões na mídia.

Será mesmo que tudo é culpa da Educação, da Escola e dos Professores?
Qual é a minha parte como mãe, como pai,  como família no comportamento da criança, do adolescente, do jovem?
Será mesmo que os professores e as escolas deverão tomar para si uma responsabilidade que é dos pais - a de criar um filho emocionalmente saudável, preparado para viver em sociedade, que tenha respeito e dignidade?
Estou cansada de ouvir frases como estas que ouvi da imprensa nesta semana: "A educação, no Brasil, está falida" ; "As escolas, no Brasil estão atrasadas, são obsoletas!"; "Os professores brasileiros são despreparados; não sabem lidar com crianças, com os jovens muito menos".
Realmente, ninguém que seja professor está preparado para assumir responsabilidades que não são suas, muito menos criar e educar filhos de outros.; ser agredido, verbal ou fisicamente por crianças e jovens emocionalmente perturbados!
É fácil  responsabilizar os outros pelo nosso fracasso como pais, pela nossa omissão perante os atos de nossos filhos. É conveniente passar para os outros uma responsabilidade que é nossa, porque jamais seremos cobrados!
Professor, colega! Chega de sermos  chamados de irresponsáves, despreparados, atrasados, obsoletos, etc.
Está na hora de pensar e agir em relação a isso. Está na hora de cada instituição da sociedade assumir a sua função e com muita responsabilidade!

Professora  Ruth Ester Poitevin

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Ruth pela reflexão e pela coragem do desabafo.
Também estou cansada de ouvir besteiras daqueles que querem nos imputar uma responsabilidade que não é nossa. A mídia é escandalosa e oportunista. Agride a quem é agredido como disse. A carência de valores está impregnada em todas as esferas da sociedade, as crianças nascem em berços desprovidos de valores, de carinho, de atenção e nós teremos de suprir todas as carências?
É muito fácil nos apontarem o dedo, mas gostaria de ver os algozes fazerem, em uma semana, o que fazemos, dormirem quando o dia amanhece, corrigirem centenas de trabalhos e provas, lançarem as mesmas centenas de notas, preencherem diários, prepararem conteúdos, temas para casa, reuniões, darem uma volta de 360° no cérebro a cada duas horas/aula e entrarem em sala de aula pontualmente e sorrindo.
Somos preparados para lidar com o conhecimento e não para sermos psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais ou pais adotivos...
A educação não está falida, a sociedade sim.

Profa Mestre Analva Passos
Curso de Letras - UNIEURO

Anônimo disse...

O que Ruth afirma sobre a responsabilidade de cada pai e mãe está fortemente retratada nesse vídeo. Vale a pena conferir:

http://youtu.be/7w6rDDD_lCo

Barbara.

J P disse...

Sobre as distorções da grande mídia sobre o Caso e a pseudo insegurança Escola de Realengo, o artigo de Paulo Henrique Amorim no conversa Afiada está muito bom:
A escola de Realengo é espetacular !
Os neoliberais não acertam uma!

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/10/a-escola-de-realengo-e-espetacular-os-neoliberais-nao-acertam-uma/

Anônimo disse...

Concordo com a professora Ruth!! A nossa primeira escola é o lar, e nossos pais são nossos primeiros educadores...!

Porém, árvore que cresce torta...

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