quinta-feira, 7 de abril de 2011

Meu livro do lado da cama é como um revólver. Jaques Rigaut



Avis rara

Um bicho raro é o poeta... um fóssil vivo
Um dinossauro a ser extinto no futuro
Cuja ossada será exposta e – redivivo –
Dirão ter sido um farol frente ao escuro

Mas no presente?... é só um morto-vivo
Tido por doido, sempre aéreo e obscuro
Quando se mostra libertário é um nocivo
Quando faz versos por amor é um imaturo

Feito cigarra que não planta, nem produz
É um grande inútil o poeta... um infeliz
Que se crê (valha-me Deus!) um ser de luz

Vive de sonhos... a voar... sem ter raiz...
Melhor faria preso às varas de uma cruz
Pois nada acrescenta à balança do país!


                                Martim César

3 comentários:

J P disse...

Sem poesia não há idéias, sem idéias, marasmo! Viva o Poeta!

Rafael Cabral Cruz disse...

Poetar é eternizar o efêmero, é como congelar uma lágrima na linha do tempo...

Sérgio Christino disse...

Faz lembrar: "Os verdadeiros chefes não têm nenhuma necessidade de cultura e ciência". H. Goering
"Quando ouço a palavra cultura, ponho a mão no revólver." J. Goebbels
"Os intelectuais são como as rainhas que vivem das abelhas trabalhadoras."
A. Hitler

Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja

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