sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cidade Heroica- A Marchinha


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Cidade Heroica- Carmem R. Costa

Nesta semana em que se comemora o 27 de janeiro, em que muito se fala das tradições e mitos da cidade, fomos agraciados com um achado antológico.

Sucedeu-se que em razão da perda recente da figura ilustre do Mestre Vado, dediquei-me a coletar material junto à sua família. Entre fotos antigas e  relatos sobre sua vida inteiramente voltada para  a música, foi lembrada uma marchinha executada sempre quando em alguma orquestra estava presente o Mestre Osvaldo Emílio Medeiros.

Era uma verdadeira ode à cidade e praticamente todos a sabíamos de cor. Nos bailes de carnaval, dando voltas no salão, cantava-se os versos acompanhados pelos sopros da banda : Cidade Heroica/ tão linda e gentil/ Tu és mesmo/ Um sonho de fadas/ És joia encantada/ No sul do meu Brasil. A segunda parte, a que temos mais dificuldade em lembrar : Colinas Verdes/ Rio sereno/ Campos floridos/ E um céu sempre azul/ Sobre ti/ O bom Deus abençoando/ Deixou sempre apontando/ O Cruzeiro do Sul.  Pois o nosso Mestre Vado foi o responsável por popularizar este que era considerado quase um hino de Jaguarão. Se não me falha a memória, aprendia-se a cantá-la em algumas escolas e a própria Banda Marcial do Colégio das Freiras, na qual eu era mascote, se não me engano, a tinha em seu repertório.

Durante a conversa com os familiares do Vado, levantou-se que a autora da letra da marchinha era uma menina, filha de um comandante do quartel que por aqui estava sediado, lá pelos anos 60, a Carminha, e que talvez o Mestre teria composto a música. Recordou-se também que a Cidade Heroica tinha sido prefixo da Rádio Cultura durante muitos anos.

Com esses dados,  procurei o radialista Nilson Rocha e por sorte ainda estava no acervo o vinil de 78 rotações, edição promovida pela própria Cultura. E ali, estampado no selo do disco consta : Composição de letra e musica de Carmem R. Costa. Execução com o acordeon da Carmem e vozes das irmãs Carmem, Cleide e Célia. Com o auxílio do amigo Almeida, meu assessor para mídias sonoras, conseguimos converter esta verdadeira relíquia para arquivos de áudio mp3 e estamos devolvendo à Radio para que possa ser divulgada. Ainda nos resta resgatar a cópia da partitura e alguma informação maior sobre a autora, fotos, talvez a capa original do Disco Vinil que a rádio já não dispõe. Cremos que o papel do Mestre Vado na história desta marchinha tenha sido talvez o de assessorar a transcrição para a pauta musical, como costumava fazer com quem o procurava solicitando ajuda.

No ano passado, o Boêmios do Amor fez homenagem à marchinha no seu desfile carnavalesco. Fica a  sugestão para que os Blocos que tenham instrumentos de sopro a incluam também este ano, assim como a Banda Municipal Mestre Vado e a Orquestra Municipal. Será tradição popular rediviva na rua! 

Mestre Vado e o Boêmios do Amor  no carnaval da Cidade Heroica
Publicado na Coluna Gente Fronteiriça do jornal Fronteira Meridional em 25/01/2012 

Como estamos pesquisando através de depoimentos, há alguns reparos e afirmações sobre o relatado.
Recebemos a informação de que a autora e suas irmãs eram filhas de um militar do regimento o qual não exercia o comando, provavelmente um tenente, do Rio de Janeiro.
A música Cidade Heroica era realmente considerada um hino da cidade e as escolas estaduais e municipais ensinavam seus alunos a canta-lo.
O Mestre Vado fez o arranjo melódico para execução pela Banda do Quartel.

Solicitamos que se alguém tiver maiores informações sobre esta música, partitura, sua autora,   que entre em contato conosco pelo e-mail confrariadospoetasdejaguarao@gmail.com   

Um comentário:

José Alberto de Souza disse...

Agora o que posso adiantar é que Mestre Vado costumava transcrever para a pauta o que o pessoal lhe cantarolava, sem cobrar nada, como aconteceu comigo e eu insisti para que aceitasse parceria, pois ele dizia que não fez outra coisa se não escrever na pauta meu "arremedo" de melodia.
Ai na biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico, pode ser encontrado o livro de Noely Cecchin, intitulado "Jaguarão Ontém e Hoje", no qual consta a letra completa dessa música que vem a confirmar aquela transcrita em seu artigo.

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