sexta-feira, 23 de março de 2012

Às Domitilas do mundo inteiro



Andes, Domitila do Brasil!
(Tributo às genuínas Domitila’s Barrios de Chungara’s)

Bolívia
Não é rima. enquanto
For dominada pelas elites
Gananciosas e exploradoras.
Nunca tive certezas
Mas conheci este país;

Se me deixam falar...”
Operários em fila,
Gado no corredor
Dos matadouros
Das minas de cobre.

Bastou surgir uma mulher
Que se indignou
Contra esta repugnante situação:

O gado, operários
Mortos ali, estáticos e oprimidos
Rebelaram-se;

Primeiro contra esta mulher,
Que invadira o “espaço” masculino.
E ela os convenceu que Homem e Mulher
São diferentes, mas iguais.

SIGLO XX, mina morte,
Onde a vida se destila;
Ela , Domitila:
De Barrios, de ferro, cobre
De aço, mulher guerreira,

Lapidou-se nas lutas,
Prisões, torturas, (pancadas que a
Fizeram abortar),
Filhos arrancados
Do ventre nas cadeias...

Eu tenho uma Domitila
Em minha vida.
Aliás, tenho várias
Domitilas...

Alegres, tristes, inconstantes,
Amantes, fabricantes de estrelas;
Domitilas falantes, inteligentes,
Sonhadoras
Capazes de inundar rios e mares
Com lágrimas da mais
Pura poesia.
Lembrei-me então
De uma filha da vida;

De nossas vidas Denise,
A Domitila de amor,
De carne e osso,
De barro, de cobre, diamante,
Ouro, de estrelas.

A mulher de um futuro sem
Opressão, sem machismo, livre
Como a brisa;
Ela, que Chungara um dia
Em nossa felicidade!

Elder Pacheco ( abril de 1990)
Não sem razão homenageamos esta guerreira dos Andes batizando nossa filha com o nome Domitila de Paulo Pacheco.
A conheci numa atividade no Sindicato dos Mineiros de Nova Lima/MG do qual fui Assessor, anos 80. O mundo perde uma de suas maiores expressões exatamente no pós oito de março, apesar das lutas feministas terem começado bem antes daquela tragédia imposta pela burguesia naquela fábrica de tecidos nos EUA.

É com pesar que também comungo com esta notícia. Contudo, foi esta mulher nas minas de cobre Siglo XX que rompeu a barreira do machismo dos mineiros rudes, quando numa greve, ela organiza suas companheiras em solidariedade aos maridos, irmãos, filhos, companheiros, contra a repressão que ameaçava matar milhares dos grevistas. Eles não se quedaram. Ao verem aquelas mulheres aguerridas dispostas a tudo pela justiça.
VIVA A DOMITILA! Viva as Domitilas do mundo inteiro!

Elder Pacheco

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